xoves, 19 de xullo de 2018

Filhos da Ira

Lixo nuklear

Lixo nuklear
Carne putrefacta
Mutaçóns genéticas
Ialmas adoecidas

Ferros retortos
Tubos oxidados
Dessoantes alaridos
Baixo abóbadas de canhom

Violência nas ruas
Que suam sangue
De insetos mutados
Baixo um sol radioativo

* * *

Os vermes da voragem

No negro lamacento rio
Arrodeados de enferrujadas árvores
Som nados entre tortuosos espasmos
Os vermes da voragem

Hipócritas defensores
De velhas leis feitas
Pra nom serem cumpridas
Por quem agarima a balança

Mentes infectas
Pola luxúria dum manhã milhor
Nom olham o pressente
De vergonhas e de infâmias

Vejo nos valeiros olhos
De zumbis cans traidores
Que uma vez rematado o trabalho
Eles seram os seguintes

* * *

Ritual de morte e destruçom

Cheira esta manhã
A carburantes e explosivos
Que fenderam as caveiras
De pequenas inocentes

Começa já o ritual
Da morte e da destruçom
Olhemos o derradeiro solpor
Das livres e as utópicas

No profundo
Ossos, carne pútrida
E tudos os sonhos
Soterrados em napalm e fósforo

* * *

A ladainha do Cantor

* * *

As ratas da apokalipse

Nom há já lua nim estrelas
A noite alumea cum verde fulgor
Já nas cloacas se mergulham
As ratas da apokalipse

Aqueles que sobrevivem
O extermínio seletivo
Inhumana condiçom
A que inala o tóxico

Na iauga fétida
Onde o chapapote residual
Fai ilhas de eivados vermes
Bebem as nossas crianças

Quem teme á Morte
Se nós somos o inimigo
E Ela a salvaçom?

* * *

Orko-Anarkia

Agitam se sigilosas
Na noite de sangue derramada
As blasfemas criaturas do Abismo
Rugem com atávicos sons
Kamikazes nadas no abandono
Ilhadas de tuda esperança
Ate o derradeiro alento

Ocupaçom
Resistência
Kobolds
Orgiástiko

* * *

A derradeira viagem

Escuitas os motores
E cheiras o combustível?
É a derradeira viagem
Logo de saltarmos em mil pedaços

Acaso tinhamos outra opçom
Depois da amarga derrota
Decênios atrás, das nossas devanceiras?

Seja este cascalho o nosso Medúlio…