mércores, 5 de febreiro de 2025

A derradeira melodia dos Dormintes

Negras congostras cheas de lamacentos preságios
através das quales o meu espírito esmorece
em pensamentos de pedra e sofrimento
pois dor é o que agardo, dor o que me agarda

Corpos paralisados pola invisível potestade
daqueles que ostentam o domínio do ouropel,
corpos corroídos pola avareza e a miséria
que ignoram o vazio mais aló dos Nove Círculos

Bágoas latentes de carragem
que precedem a um profundo berro de luita
pois ainda o bardo nom cantou
a derradeira melodia dos Dormintes

A Mística Arte Da Diferença

Zoam as campás no camposanto apodrecido
Em badaladas funestas dum silencioso pranto
Assobio sibilante de espectrais alucinaçóns
Num latejar calmo e sinuoso

Nebulosos eflúvios desprendidos no incerto
De solimáns verquidos nas gadoupas do tempo
Olhar inerte nun transe estertóreo
Densa agonia baixo círculos concêntricos

Runas escritas no sangue proibido
Em grimórios de neumas em campo aberto
Que as vozes de línguas queimadas
Berram coa tolémia dum agónico letargo