domingo, 17 de maio de 2020

canto pra um inexistente despois

luita e utopia cadavres que descansam no asfalto pancartas e berros sistema sem rostro escritos e proclamas multitude num grande contraste em branco e negro imprensa vendida aduladora do régime efígie reta dum pai pra todas especialistas em falsear a violência protocolo monopolizado liberdade pra morrer como escravas do consumo as máscaras de horrores passados som desveladas

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luita e utopia teoria sem prática povo baixo a barbárie uma ferida profunda na subjetividade romanticismo do longe tinguido de sangue implicaçom detrás da barreira do capitalismo que reconforta e inventa explicaçóns das mortes que nom quere assumir

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luita e utopia palestras cara uma multitude em greve voam os panfletos e as consignas manifesto do efémero a revoluçom das obreiras estudantes do povo repressom dos punhos em alto que caem no silêncio

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luita e utopia os seus disparos som contra elas mesmas facianas perdidas na prisom do dia a dia imagens veladas dos horrores da noite liberade a expressom com tinta de grafite cara um negro e inexistente despois

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