Sombras do Etéreo e o Eterno
Perdidas entre esquecidos sendeiros
e aterecidas árvores de sons silandeiros
repousam em velhas pedras lavradas
polas expertas mans de alquímica sabedoria
as Sombras do Etéreo e o Eterno
e aterecidas árvores de sons silandeiros
repousam em velhas pedras lavradas
polas expertas mans de alquímica sabedoria
as Sombras do Etéreo e o Eterno
Numa masmorra pútrida e pestilente
agocham-se protegidas de infames olhadas
arcaicos pergaminhos que gardam em silêncio
arcanas verbas e inscriçóns do Oculto
dum luminescente Passado
agocham-se protegidas de infames olhadas
arcaicos pergaminhos que gardam em silêncio
arcanas verbas e inscriçóns do Oculto
dum luminescente Passado
Já começou a dança
já vibram as cordas de cítolas e saltérios
já resoa o pandeiro
baixo o estrelado Arco do Infinito
já vibram as cordas de cítolas e saltérios
já resoa o pandeiro
baixo o estrelado Arco do Infinito
***
O Dragom do Tempo
Além da Lagoa do Esquecimento
onde descansa a Morte na Lua Nova
baixo a montanha das névoas perpétuas
onde o Sol nunca ousou alumear
onde descansa a Morte na Lua Nova
baixo a montanha das névoas perpétuas
onde o Sol nunca ousou alumear
Dorme num eterno salouco
Aquele que atesoura ialmas
arrincadas da lama e do esterco
já perdidas no Imenso Abismo
Aquele que atesoura ialmas
arrincadas da lama e do esterco
já perdidas no Imenso Abismo
Já apodrecem nas velhas mámoas
cubertas polo esquecimento implacável
as derradeiras olhadas que na Negra Noite
sentírom a luz das estrelas esmorecer
cubertas polo esquecimento implacável
as derradeiras olhadas que na Negra Noite
sentírom a luz das estrelas esmorecer
Já ficam valeiros os derruídos sartegos
onde medra a amarga sensaçom do Olvido
de ossos que uma vez tremêrom no Escuro
baixo o enxordecedor e agónico berro do Dragom do Tempo
onde medra a amarga sensaçom do Olvido
de ossos que uma vez tremêrom no Escuro
baixo o enxordecedor e agónico berro do Dragom do Tempo
***
Orvalho no silêncio
Já sinto nesta fria noite
como o negro licor adormece o meu sangue
já alvisco sorridente o negro olhar
daquela que me acompanha dende a Ialba da Memória
como o negro licor adormece o meu sangue
já alvisco sorridente o negro olhar
daquela que me acompanha dende a Ialba da Memória
Já afouto roubei ao Dragom do Tempo
na sua montanha além da Lagoa das Ialmas Esquecidas
baixo uma sanguenta Lua de Outono
o segredo do Eterno e o Inconcebível
na sua montanha além da Lagoa das Ialmas Esquecidas
baixo uma sanguenta Lua de Outono
o segredo do Eterno e o Inconcebível
Já pouso os meus dedos neste velho oud
e começo a derradeira das proibidas variaçóns
já o Nada fai calar o lume da lareira
e um lene orvalho bica o repentino silêncio
e começo a derradeira das proibidas variaçóns
já o Nada fai calar o lume da lareira
e um lene orvalho bica o repentino silêncio
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